Posta Mirandesa

“La Pôsta como Is mirandesas lhe chamã yê el petisco melhor i mais pronto que s’arranja ã Tierras de Miranda. Yê la maça de la bitela assada nas brasas i fôrtes, só cũ sal, siê outros temperos. El molho sai d’la própria carne, antrassada por dentro".

Não é espanhol, é mesmo dialeto Mirandês.

A Posta Mirandesa é uma autêntica delícia. Carne que se desfaz na boca, tenra, e cheia de sabor.

Ingredientes:

Postas Mirandesas, Cebola pequena/  Alho / Azeite / Vinagre / Pimentão doce / Sal  / Pimenta.

Preparação:

Descasque a cebola e os dentes de alho, pique-os finamente e deite-os numa tigela. Adicione o pimentão-doce, o vinagre, o azeite, sal e pimenta, mexa bem e reserve.

Tempere as postas com sal e pimenta e leve-as a grelhar de ambos os lados, de modo a não ficarem demasiado cozinhadas.

Na hora de servir, regue as postas com o molho que preparou e sirva com batatas a murro e grelos salteados.

Posta temperada

Posta assada

Prato final

História

A posta Mirandesa nasceu na rua em Sendim (Miranda do Douro) pelas mãos de "Ti Gabrila", (Tia Gabriela), onde nas feiras vendia nacos de carne assada na brasa e eram servidos sobre o pão.

Mais tarde a receita foi adaptada, sendo este manjar servido actualmente em vários Restaurantes portugueses.

Não está definitivamente esclarecida a origem da raça bovina mirandesa e as suas relações étnicas e filogénicas, admitindo-se que possa descender da raça fusca do planalto superior castelhano que deriva do tronco ibérico de um conjunto de raças europeias e que tem em comum a coloração castanha.

Pela sua excecional qualidade, foi atribuída uma “Denominação de Origem Protegida”. É dela que se faz a célebre Posta Mirandesa. Cortada da perna em nacos com a dimensão aproximada de uma palma de mão.

Vitela assada no Forno

A Vitela assada no forno projectou a gastronomia fafense e portuguesa, desde pelo menos o século XIX. É uma  coroa de glória em Portugal e principalmente em Fafe. Há outros pratos típicos desta cidade, mas o mais apreciado é, sem dúvida, a Vitela assada no forno à moda de Fafe.

Ingredientes:

 Vitela parte da aba / Sal grosso / Pimenta preta / Pimentão doce / Folhas de louro / Alho / Cebolas / Salsa fresca  / Azeite / Vinho branco  / caldo de legumes ou de carne caseira /  Batatas pequenas ou cortadas a meio / Arroz.

Preparação:

1. Corte a carne em pedaços grandes.
2. Num tabuleiro grande para  ir ao forno, de preferência de barro, espalhe no fundo a cebola. Por cima, coloque a carne, Tempere com sal, pimenta, o pimentão, junte os alhos, as folhas de louro partidas ao meio e  azeite.
Com as mãos, envolva muito bem a carne com os temperos.
À carne, misture muito bem os raminhos de salsa, 
Regue tudo com o vinho branco e ovamente com azeite.
3. Tape o tabuleiro com uma folha de alumínio e reserve no frigorífico de um dia para o outro.
4. Na hora de ir ao forno, regue tudo com o caldo de carne de forma que a carne fique submersa.
Leve ao forno pré-aquecido nos 200 ºC e deixe assar durante 1 hora.
5. Passado o tempo, retire a carne e vire-a.
Leve novamente ao forno e deixe assar por mais 1 hora.
6. Passada 1 hora, retire a carne, vire-a novamente e retire com uma concha 400 ml do caldo de assar a carne.
Ao tabuleiro da carne, junte as batatas e coloque novamente no forno.
Num outro tabuleiro de barro ou num tacho de barro, coloque o arroz e os 400 ml do caldo que reservou e 700 ml de água quente.
Coloque também no forno e deixe cozinhar tudo por mais 50 minutos.
7. Passado o tempo, quando o arroz estiver cozido e tostado e a carne e as batatas cozinhadas, retire.
Sirva tudo de imediato, acompanhado de grelos cozidos.

História

No último quartel do séc. XIX, escrevia José Augusto Vieira que «é afamada a vitella de Fafe», notando-se que neste local «é grande relativamente aos outros concelhos, a matança de vitelas, e que até se exportam, pela fama que têm, por outras localidades». O autor de O Minho Pittoresco enaltece, por mais do que uma vez, num texto com quase 130 anos, a «deliciosa vitella, que torna Fafe uma celebridade entre os amadores da carne tenra e branca».
Outros autores, nacionais e locais, no último século, glosaram o tema, em textos em poesia ou em prosa.
Um deles foi um prestigiado fafense, Thomaz D’Alvim (1886-1965).

Num soneto de saudade sobre a sua terra natal, escrito em 1924, este autor escrevia:

Fafe, meu lindo berço de saudade,
Operosa colmeia com abelhas.
Torrão do Minho, cheio de uberdade,
Ó Monte-Sinai das “Tábuas Vermelhas”!
(…)
O pão-de-ló, vinho verde e vitela,
Na farta mesa desta cidadela
São notas coloridas da paisagem!...

Créditos desta história - Correio do Minho